Sobre conhecer a Deus

Paulo estava esperando Silas e Timóteo em Atenas quando se deparou com os ídolos daquela cidade. Atenas era uma pólis Grega, e a Grécia Antiga era um local onde a idolatria era explícita e gritante. Era um povo que cultuavam inúmeros deuses, dentre eles os mais conhecidos como Zeus, Atena, Poseidon, Hermes e os semideuses que, segundo eles, eram filhos de deuses e humanos: Péricles, Hércules, Perseu...
Quando Paulo se deparou com uma cidade nessa situação, a bíblia diz que o seu espírito se comovia em si mesmo vendo a cidade tão entregue à idolatria(versículo 16). Mas ele achou um altar onde estava escrito: AO DEUS DESCONHECIDO e Paulo os anunciou esse tal Deus.
“E, estando Paulo no meio do Areópago disse: “Homens atenienses, em tudo vos vejo um tanto supersticiosos porque, passando eu e vendo os vossos santuários, achei também um altar em que estava escrito: AO DEUS DESCONHECIDO. Esse, pois, que vós honrais não o conhecendo, é o que eu vos anuncio.
O Deus que fez o mundo e tudo que nele há. Sendo Senhor do céu e da terra, não habita em templos feitos por mãos de homens, nem tampouco é servido por mãos de homens como que necessitando de alguma coisa pois ele mesmo é quem dá a todos a vida, e a respiração, e todas as coisas. E, de um só sangue, fez toda a geração dos homens para habitar sobre toda a face da terra, determinando os tempos já dantes ordenados, e os limites da sua habitação, para que buscassem ao Senhor, se porventura tateando, o pudessem achar ainda que não está longe de cada um de nós porque nele vivemos, e nos movemos, e existimos como também alguns dos vossos poetas disseram: Pois somos também Sua geração. Sendo nós, pois, geração de Deus, não havemos de cuidar que a divindade seja semelhante ao ouro, ou à prata, ou à pedra esculpida por artifício e imaginação dos homens mas Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia agora a todos os homens, e em todo o lugar, que se arrependam porquanto tem determinado um dia em que, com justiça, há de julgar o mundo por meio do homem que destinou e disso deu certeza a todos, ressuscitando-o dentre os mortos.” E, como ouviram falar da ressurreição dos mortos, uns escarneciam, e outros diziam: Acerca disso te ouviremos outra vez. E assim Paulo saiu do meio deles.” (Atos 17.22-33)
            O que estava acontecendo em Atenas, acontece hoje no interior de muitos de nós. Nós ouvimos falar desse Jesus que nos ama e que morreu por nós, nós o respeitamos, oramos para que Ele nos dê algo que necessitamos, temos um tempo com Ele no decorrer da nossa semana, oramos para que esse Jesus nos perdoe por algum erro cometido mas, no interior da nossa alma, fazemos tudo isso para um Deus que não conhecemos. “Porque o Senhor disse: Pois que este povo se aproxima de mim, e com a sua boca, e com os seus lábios me honra mas o seu coração se afasta para longe de mim e o seu temor para comigo consiste só em mandamentos de homens, em que foi instruído.”  (Isaías 29.13)
            Conhecer a Deus não é ir à igreja ou saber que Ele morreu e ressuscitou. Conhecer a Deus também não é ter dons espirituais mas é ser participante dos seus sentimentos é estar com Ele se doando em prol do que Ele se doou, é fazer valer o seu sacrifício na cruz, é estar com Deus trabalhando pela boa obra.
            Isso me lembra a parábola do filho pródigo. O filho mais velho estava lá sempre junto ao pai, não cometeu o mesmo erro que o seu irmão e, por isso, não aceitou a recepção do seu pai ao ver seu irmão voltar pra casa, achou injusto. Isso mostrou que mesmo estando o tempo todo ali, ele não conhecia a capacidade de perdão que o seu pai tinha, não compartilhava dos mesmos sentimentos do seu pai, não tinham o mesmo coração, não pensavam do mesmo modo. Isso mostra que não só o irmão mais novo teve uma experiência transformadora com o pai mas também o mais velho. O mais novo precisou ir mundo a fora pra poder conhecer o quanto seu pais estava disposto a aceitá-lo e o mais velho precisou estar perto pra descobrir a capacidade de aceitação e perdão do seu pai.
            Conhecer a Deus não implica no tempo que estamos perto dele, implica no quanto a Sua presença e as Suas palavras foram e são transformadoras em nossas vidas porque é possível uma pessoa com alguns meses convertida ter experiências mais profundas que uma pessoa há anos congregando em uma denominação.
            A partir do momento que descobrimos o poder da presença de Deus, somos transformados. São mudados nossos pensamentos, nossos hábitos, nossos desejos não são mais os mesmos e Deus nos convida a conhecê-lo, nos convida à comunhão com Ele, à intimidade e não se contenta em ter Seus filhos, comprados com Seu sangue sendo tomados por pensamentos que não são seus e, nos garante que está disposto a se revelar a nós se o buscarmos de todo o coração (Jeremias 29.13). Para isso, deixemos de lado nossa indisposição e prossigamos em conhecer o Senhor a cada dia mais. Jesus certa vez orou dizendo “Pai, aqueles que me deste quero que, onde eu estiver, TAMBÉM ELES ESTEJAM COMIGO, para que vejam a minha glória que me deste; porque tu me amaste antes da fundação do mundo.”  (João 17.24).
Paulo, certa vez orou pela igreja de Éfeso em um de suas cartas dizendo: “Por causa disto me ponho de joelhos perante o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo [...] Para que, segundo as riquezas da sua glória, vos conceda que sejais corroborados com poder pelo seu Espírito no homem interior para que Cristo habite pela fé nos vossos corações a fim de que, estando arraigados e fundados em amor, POSSAIS PERFEITAMENTE COMPREENDER, COM TODOS OS SANTOS, QUAL SEJA A LARGURA, O COMPRIMENTO, A ALTURA, E A PROFUNDIDADE, E CONHECER O AMOR DE CRISTO QUE EXCEDE TODO O ENTENDIMENTO, para que sejais cheios de toda a plenitude de Deus.”

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