Pedro e Carol: O conto - Capítulo 1



Eles se conheciam há muito tempo. Amigos desde o colegial. Era certo de que não haviam segredos entre eles e que haviam compartilhado dos mais diversos tipos de experiências juntos. A Carol já gostava de lembrar, inclusive, do dia que eles foram pego de surpresa por uma chuva super forte enquanto saiam da livraria.
Eles tinham ido conhecer a nova livraria que acabara de inaugurar há dois quarteirões. A Carol tinha ligado a semana toda convidando-o. Ela poderia ligar um dia ou dois mas ela também sabia bem: a memória do Pedro era péssima. No dia, ele ainda se atrasou, esqueceu do compromisso e quase a deixa plantada lá. Mas ninguém podia negar que ele era um cara legal.

            CAPÍTULO 1
           
“O Pedro é um cara interessante! Inteligente, um pouco inseguro, mas incrivelmente amável. Não entendo como um homem com as qualidades dele não consiga uma namorada legal. Mas não é por falta de opção, aliás, essa semana vi a vizinha do 3º andar olhando-o com um certo ‘desejo’. Mas, claro! Quem não olharia? É impossível não notar seu sorriso. Eu o reconheceria há léguas de distância.”
A Carol pensava enquanto caminhava até o elevador. Mas por que essa ideia a respeito do Pedro agora? Não era algo normal, ela tinha certeza. Imediatamente ela o ligou:
- Alô?
- Pedro?
- Oi, Carol. Não está no trabalho? São que horas?
- São 13:00. Estou folgando hoje. Professor também folga, não é?
- Ah, sim! Claro! – Ele responde com um ar de riso. – Mas me dia, alguma novidade?
- Não! Estava pensando em você agora a pouco e nos olhares da vizinha do 3º andar.
- Ah, não! – Pedro ri! – De novo, não!
Há um tempo Carol zoava o Pedro com A Pretendente do 3º Andar. Mas o Pedro não andava muito empolgado com essa história pois a vizinha não fazia bem o seu tipo. Era o tipo de mulher “curtição”. Já tinha namorado todos os solteiros (e os casados também) do 3º, 4º e 5º andar. Pra quem havia se mudado há menos de um ano, ela já tinha tido mais namorados que o próprio Rei Salomão. Ela não era o tipo de mulher que o Pedro escolheria e a Carol sabia, mas ela não perderia a piada por nada nesse mundo.
- Mas, Pedro, não trate assim a Mc. Oncinha! Ela faz questão de pôr a calça, a blusa e os sapatos de oncinha só pra te conquistar.
Pedro ri! -  Então vamos chamar o IBAMA para a D. Onça.
            - Ai, Pedro! Coitada. Ela precisa de um amor.
            - Ela já tem amores demais, não acha? O Juca, do 4º andar, o Caio, até o Seu João provou do “seu amor”.
            - Essa do seu João é nova! Quando você soube?
            - Onde você esteve esses três últimos dias? Só se fala nisso lá no prédio.
            - Trabalhando!
            - Você precisa se divertir, isso sim!
            - Ah, claro! Logo depois que concluir meu mestrado.
            - Seu mestrado está te deixando com rugas!
            - PEDRO!
            - É brincadeira, boba! Quase não dá pra ver as dobrinhas.
            - Pedro, você é um homem mau. (Risos)
            - Não. A D. Onça é má!
Ambos riem.
            - Preciso ir agora, mais tarde dou uma passadinha na sua casa!
            - Hahaha! Jura que você vai lembrar?
            - Eu vou! É uma promessa!
            - Eu já ouvi isso em algum lugar!
            - Carol...
            - Ok, ok! Vou esperar. Até mais! Beijo.

            Ele era legal, isso era óbvio! Mas achá-lo legal não estava bastando para a Carol. Toda essa cumplicidade, amizade, companheirismo era bom. Mas há uns dias ela estava vendo-o com outros olhares. Ok, era bem estranho ainda e ela não admitia que estava apaixonada pelo seu amigo de infância, mas ela estava.

E, claro, que o Pedro também e há bem mais tempo! Mas o que os impedia?

(Continua)

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