MEUS PAIS OU MEU CÔNJUGE?


Somos gratos a Deus pela vida de nossos pais, sim somos. Cuidaram de nós toda a infância, adolescência, fase adulta... Se são cristão, nos instruíram no caminho do Senhor. Se não, com a graça de Deus, foram usados para que os planos de Deus ao nosso respeito se cumprissem. Embora sejam pecadores como nós, lhe devemos a honra que lhes cabe e isso é exigido pelo próprio Deus em Êxodo 20.12.

"Honra teu pai e tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o SENHOR, teu Deus, te dá."

É o primeiro mandamento com promessa e um princípio sobre a honra às autoridades. O Catecismo Maior comenta sobre o 5° Mandamento:

127.  Qual  é  a honra  que  os  inferiores  devem  aos  superiores?

A  honra  que  os  inferiores  devem  aos  superiores  é  toda  a  devida  reverência sincera,  em  palavras  e  em  procedimento,  a  oração  e  ações  de  graças  por  eles;  a imitação  de  suas  virtudes  e  graças;  a  pronta  obediência  aos  seus  mandamentos e  conselhos  legítimos;  a  devida  submissão  às  suas  correções;  a  fidelidade,  a defesa,  a  manutenção  de  suas  pessoas  e  autoridade,  conforme  os  seus  diversos graus  e  a  natureza  de  suas  posições;  suportando  as  suas  fraquezas  e encobrindo-as  com  amor,  para  que  sejam  uma  honra  para  eles  e  para  o  seu governo.

ANTES DE CASARMOS E DEPOIS

Enquanto solteiros, estamos sob a autoridade plena e exclusiva de nossos pais (ou tutores, responsáveis). Devemos agradar-lhes em tudo no Senhor, obedecer às suas ordens lícitas e agir com sabedoria diante das ilícitas até que chega aquele momento de deixá-los.

"Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne." (Gênesis 2.24)

A partir do momento que casamos, nos tornamos uma família com o nosso cônjuge, e nossos pais, que antes eram a nossa família, agora são nossos parentes (tenho como parentes familiares de graus distantes).

Claro que há casos em que os pais precisam da companhia dos filhos já casados por serem muito velhos, doentes ou dependentes e isso é lícito se feito em comum acordo entre ambas as partes, mas ainda nesses casos, os casados tem de ter em mente que agora eles são pertencentes a outro e não mais a seus pais.
Lembrando que o casamento não tira de nós a obrigação de honrá-los.

Isso é tão sério que a bíblia diz que "os maridos devem amar a sua mulher como ao próprio corpo" porque "quem ama a esposa a si mesmo se ama". E ele continua dizendo que da mesma forma que alimentamos o nosso organismo e cuidamos do nosso corpo com amor e dedicação, os maridos devem tratar da mesma forma suas esposas tendo Cristo e a igreja como exemplo. (Efésios 5.28-29) Deus não faz esse tipo de associação com os pais.

Isso mostra que a relação marido-esposa é mais íntima, mais profunda e mais sublime que uma relação pai-filho. A instituição do casamento foi a primeira relação social humana que Deus estabeleceu. Adão e Eva não tiveram pais humanos, mas tiveram cônjuges.

INFELIZMENTE...

Aqueles que não entendem isso estão fadados a fracassarem nos seus casamentos. Presenciei e ouvi muitos casos de casais em que havia uma confusão entre as prioridades.
O marido estava pouco se lixando para a aaaasua mulher, mas dedicava-se o máximo aos gostos da sua mãe.
A mulher, por outro lado, não preservava a intimidade do seu casamento e expunha seu marido para o seu pai causando contendas, e muitos outros casos do tipo que vemos por aí.

Sogros e sogras sem sabedoria que insistem em serem uma pedra de tropeço no casamento de seus filhos. Continuam tratando seus filhos como se fossem solteiros, não se preocuparam em ensinar seus filhos homens a darem suas vidas pelas suas esposas mas querem que dêem pelas suas.


O John Mc Arthur diz no seu livro Pais Sábios, Filhos Brilhantes que superproteção é uma das formas de provocar ira nos seus filhos e é algo que o Ap. Paulo recomenda que eles não façam.

"E vós, pais, não provoqueis vossos filhos à ira, mas criai-os na disciplina e na admoestação do Senhor."
(Efésios 6.4)

"Pais, não irriteis os vossos filhos, para que não fiquem desanimados."
(Colossenses 3.21)

Os pais precisam entender que ao casar, seus filhos devem ser independentes deles. Eles podem ser conselheiros, ajudadores, mas agora os filhos constituíram famílias e são responsável por ela. Vocês o amarão se derem a eles tal liberdade.

AGRADAR A QUEM?

Enquanto solteiros, aos nossos pais. Depois de casados, aos nossos cônjuges primeiramente. Se houver a possibilidade de agradar a ambos, que assim seja, mas caso haja duas opiniões diversas, a dos nossos cônjuges deve ser posta em primeiro lugar e nossos pais terão de entender isso.

Eu lembro que antes de namorar o Ramison, ele não usava barba frequentemente. Quando iniciamos o namoro, ele soube que eu achava barba legal, se dispôs a usar sempre. A minha sogra, que a amo muito, não gostou da ideia, não. (Risos) E numa das vezes que conversamos sobre a indignação dela quanto à barba, ele disse: "Amor, vou tirar a barba pra agradar minha mãe. Quando casarmos eu deixo crescer novamente." Isso me surpreendeu bastante. Mais ainda porque ele tinha 34 anos, não era mais um menino.

No fim das contas, ele deixou a barba e ela acostumou, mas como ela não serve ao Senhor, Ramison se preocupou em deixar ela ciente de que quando casarmos, o meu interesse vai estar acima do dela.

NÃO ADULTERARÁS

Deus criou o casamento para ser a dois. Quando permitimos que uma terceira pessoa ocupe um posto que pertence ao nosso cônjuge, estamos adulterando e ferindo princípios estabelecidos pelo próprio Deus. Seja nossos pais, seja um filho, um amigo ou quem quer que seja. Isso é adultério!

Que Deus nos ajude! Que nos ensine a não idolatrar nossos pais e que o amor desenfreado ou doente por eles não seja a causa de destruirmos nosso casamento.
Que saibamos pô-los nos seus devidos lugares e que eles igualmente o façam sem contendas.
Que o Senhor nos dê graça para não desprezá-los e não cair em outro extremo, mas que sejamos sóbrios,  piedosos nas nossas relações familiares, amém.


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