Pedro e Carol: O conto - Capítulo 2


Ele tinha se planejado para contar o que ela sentia há muito tempo. Todos os dias que acordava pensava: Hoje eu conto! Ensaiava o discurso, e na hora travava! Vinham muitas questões na sua cabeça: “E se ela não sente o mesmo por mim?”, “Se ela disser ‘não’, adeus amizade!”, “Mas eu não posso perdê-la.”, “Tenho que falar! Vai ser hoje!” mas na hora H, o conversavam sobre tudo, menos sobre os sentimentos que tinham um pelo outro.

            - Você acha, amiga? – A Carol pergunta a Erika, que os conheciam bem.
            - Claro, Carol! Ele é super afim de você. Está na cara. Ele só não tem coragem de te admitir isso. Por que você não vai até ele?
            - Não posso, Ericka! Não seria legal.
        - Mas porquê não? Carol, hoje em dia é a coisa mais normal do mundo uma mulher se declarar.
            - Mesmo assim, Ericka! Isso não é saudável. Isso é um papel masculino. Não posso colocar a carruagem na frente dos bois. Desde sempre foi assim e acredito que é assim que tem que ser sempre. Se for pra que eu tenha algo com o Pedro, isso deve partir dele e não de mim.
            - Então dê uma ajudinha! Mostre que está interessada.
            - Como assim?
            - Que tal você se vestir melhor?
            - Você acha que eu me visto mal?
            - Não é isso, mas que tal um decote? Um shortinho. Isso chama atenção, ele vai te notar, não vai resistir
            - Ah, Não, Ericka! Por favor, não me pede isso! Você sabe bem que não sou assim.
            - Ok, Ok, Carol! Admiro que você seja firma no que acredita mas desse jeito você não vai conseguir um namorado. Não pode esperar que Deus faça tudo por você. Dê o primeiro passo, amiga!
            - Mas, Ericka, isso seria falta de fé. Não foi isso que Deus me ensinou a fazer. Não é um papel meu. Desculpa, amiga, mas não posso fazer como você está me dizendo!
            - Tudo bem! Mas pensa direitinho. Vocês são lindos e merece ficar juntos sim!

            A Ericka era o tipo de mulher que tinha sido afetada pelo feminismo. Embora não se declare feminista, estava claro isso no seu comportamento. “Como é que ela pôde me aconselhar a fazer uma declaração de amor ao Pedro? Onde estaria a minha feminilidade? Onde estaria o modelo bíblico onde o ‘noivo vai em busca da noiva’? Não! Eu não estou pronta pra errar outra vez.” Ela caminhava distraída quando tropeça e esbarra num homem alto, moreno e com cabelos encaracolados.
            - Ai! Me desculpa.
            - Tudo bem, Srt. Machucou?
            - Não. Estou bem! Obrigada! Tenha um bom dia.

            “Senhorita? Quem é esse cara? Enfim! Isso não interessa.”

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