Quem
não quer conhecer a si mesmo? O autconhecimento é uma necessidade de todo
homem. Na filosofia socrática, o “Conhece-te a ti mesmo” é uma referência de
autoconhecimento, do conhecimento do mundo e da busca pela verdade. Porém, conhecer
a si mesmo é uma Graça que Deus dá aos seus filhos. O homem sem Deus está
perdido, cego e enganado pelo pecado. Ele não sabe quem é, de onde veio e nem
para onde vai. Aos crentes Paulo recomenda: “Pois pela graça que me foi dada
digo a todos vocês: ninguém tenha de si mesmo um conceito mais elevado do que
deve ter; mas, pelo contrário, tenha um conceito equilibrado, de acordo com a
medida da fé que Deus lhe concedeu.” (Romanos 12.3)
Sabemos
que a Escritura é a nossa fonte de sabedoria e conhecimento verdadeiro. A
partir dela, e só dela, podemos conhecer a Deus e a nós. Um conhecimento errado
acerca de Deus gera um equívoco quanto ao conhecimento de nós mesmos e
consequentemente uma interpretação falsa da realidade. Por isso que no texto
citado acima, vemos que um conceito equilibrado vem pela fé que Deus concede a
cada um. Esse conhecimento não é de quem quer ou de quem busca, como defendiam
os socráticos, mas de quem o recebeu sem ter trabalhado pra isso, pela fé.
Mas,
o que isso tem a ver com a Teoria dos Quatro Temperamentos? Ela tem sido uma
ferramenta de autoconhecimento que muitos cristãos têm feito uso de uns anos
pra cá. Muito se tem falado sobre, desde críticas a altas defesas e qual deve
ser a nossa posição sobre isso? A mais equilibrada, “segundo a medida de fé que
Deus nos concedeu”. Me permita compartilhar algo que li de uma amiga:
“É difícil quando as
pessoas se agarram à narrativa de ‘a bíblia é suficiente’ para negar todos os
demais conhecimentos que existem à parte dela.
Os demais conhecimentos devem ser provados à luz das escrituras e não
meramente descartados só porque não estão contidos nela. De fato, a psicologia
é uma ciência que nasceu da antropologia, mas principalmente da filosofia. Há
coisas em todos os tipos de conhecimento descobertos pelos homens que são
dádivas de Deus. A bíblia é suficiente? Com toda certeza! Absoluta certeza! Mas,
suficiente para quê? Para que você construa uma casa? Para que você tire a
mancha de uma camisa branca? Para que você aprenda a dirigir um veículo ou
construir um foguete?” (Thamyris Millena)
O QUE NÃO É A
TEORIA DOS QUATRO TEMPERAMENTOS?
1. NÃO É JUSTIFICATIVA
PARA O PECADO. Sabemos que a origem de todos os males e de todas as impiedades
está no pecado. A Bíblia relata que “viu o Senhor que a maldade do homem se
havia multiplicado na terra e que era continuamente mau todo desígnio do seu
coração” (Gênesis 6.5) e que “não há justo, nem um sequer, não há quem entenda,
não há quem busque a Deus; todos se extraviaram, à uma se fizeram inúteis; não
há quem faça o bem, não há nem um sequer.” (Romanos 3.10-13). Se pecamos,
devemos confessar o nosso pecado com arrependimento e não achar um meio de
justificá-lo. Deus requer de nós confissões a fim de que sejamos perdoados e
purificados dos nossos pecados. (1 João 1.8-10).
2. NÃO É A RAZÃO DAS
NOSSAS VIRTUDES. “Toda boa dádiva e todo dom perfeito são lá do alto, descendo
do Pai das luzes, em quem não pode existir variação ou sombra de mudança”.
(Tiago 1.17) Não acertamos porque conhecemos o nosso temperamento ou nos conhecemos
bem. Toda virtude que há em nós vem do Espírito Santo; é seu fruto. (Gálatas
5.22) Se somos pacientes, se amamos, se somos altruístas, resilientes,
empáticos, ou se há algo de bom em nós, não vem de nós mesmos. Ou o Espírito se
encarrega de produzir em nós tais bênçãos, ou permaneceremos no estado inicial
falado no ponto anterior: de depravação total. Deus não divide a sua glória com
ninguém e não permitirá que atribuamos a uma mera teoria a obra maravilhosa que
faz em nós.
3. NÃO É INDISPENSÁVEL.
Antes dos Gregos, Deus já falava com seu povo e lhes ensinava. Na Grécia
antiga, vemos que Deus continuou falando com seu povo através dos apóstolos e
dos seus oráculos. Hoje Deus continua falando e “pelo seu divino poder, nos têm
sido doadas todas as coisas que conduzem à vida e à piedade, pelo conhecimento
completo daquele que nos chamou para a sua própria glória e virtude” (1 Pedro
1.3). Nossa fonte primária de conhecimento é a Escritura. Se Deus tem dado a
graça de que seja produzido outros conhecimentos, eles devem ser vistos a
partir da cosmovisão correta. Assim como tudo nessa vida, a Teoria vai passar,
mas o Senhor garante que as suas palavras não passarão. (Lucas 21.33)
4. NÃO DEVE SER MOTIVO
DE DISCÓRDIA. Você gosta da Teoria? Faça bom uso dela para a glória de Deus.
Respeite e ame seu irmão que não concorda. Ele está fazendo uso pleno de um
direito que o próprio Deus lhe concedeu. Não tenha por ele pouca estima ou amor.
Você discorda? Não faça uso dela também para a glória de Deus. Lembre: “Nada
façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere os
outros superiores a si mesmo. Não atente cada um para o que é propriamente seu,
mas cada qual também para o que é dos outros.” (Filipenses 2.3-4) Se isso
escandaliza seu irmão, siga o conselho de Paulo e lembre de trocar o termo
“comida” pela “Teoria”:
“Ora a comida não nos
faz agradáveis a Deus, porque, se comemos, nada temos de mais e, se não
comemos, nada nos falta.
Mas vede que essa
liberdade não seja de alguma maneira escândalo para os fracos.
Porque, se alguém te
vir a ti, que tens ciência, sentado à mesa no templo dos ídolos, não será a
consciência do que é fraco induzida a comer das coisas sacrificadas aos ídolos?
E pela tua ciência
perecerá o irmão fraco, pelo qual Cristo morreu.
Ora, pecando assim
contra os irmãos, e ferindo a sua fraca consciência, pecais contra Cristo.
Por isso, se a comida
escandalizar a meu irmão, nunca mais comerei carne, para que meu irmão não se
escandalize.” (1 Coríntios 8.8-13)
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